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Jakob, o Mentiroso - Jurek Becker

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  • DESCRIÇÃO DO PRODUTO

    ISBN-13: 9788571649798
    ISBN-10: 8571649790
    Ano: 2000 / Páginas: 278
    Idioma: português
    Editora: Companhia das Letras

    Lançado em 1969, Jakob, o mentiroso é tido como uma das obras-primas da literatura sobre o Holocausto. No Brasil, o romance foi publicado primeiro em 1987 e aqui é apresentado em nova tradução.

    O narrador é um dos únicos sobreviventes que sabem a verdade sobre Jakob Heym, um homem que se tornou herói por acaso. E foi também o acaso que preservou a vida do narrador: pelas dimensões do extermínio, pelas proporções aterradoras do Holocausto, seria mais provável que não tivesse sobrado ninguém para contar a história. Mas sobrou - e alguém que padeceu com Jakob todo tipo de aflições num gueto judeu na Polônia, durante a Segunda Guerra.

    O que fez Jakob, afinal? Mentiu: forjou notícias sobre a aproximação do Exército Vermelho, os possíveis redentores. Jakob suscita uma reviravolta surpreendente no gueto. Depois de suas mentiras, nada continua igual. Mas ele é um mentiroso contrariado, sem dotes imaginativos, sem brilho; seu repertório linguístico é limitado, suas palavras são escassas, custa-lhe urdir uma mentira qualquer. E Jakob, além disso, não se caracteriza propriamente por um temperamento destemido. Sua resistência à barbárie passa longe de todo heroísmo. As mentiras que divulga nascem da piedade; nunca resultam de um pensamento bem articulado. E, no entanto, suas minguadas palavras são esperadas e ouvidas com avidez pelos habitantes do gueto - todos indefesos, acuados pela banalidade do mal.

    As palavras, arma impalpável, são como o pão que falta a essa gente esfaimada, e um grama delas, como diz Jakob, já lhe basta para fabricar uma tonelada de esperança. Jakob, o mentiroso poderia ser um romance lúgubre. Jurek Becker, ao narrar a vida e a morte no gueto, presentifica as crueldades cometidas, as humilhações, as expectativas, o absurdo de uma situação em que seguir vivendo já equivale a um ato de heroísmo. Mas seu olhar é distanciado, livre de condescendências e de sentimentalismo. E seu tom é moldado por um admirável bom humor. O tratamento literário de que ele reveste as atrocidades do Holocausto é, enfim, lapidar.

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